Netvasco - 24/12 - 01:36 - Gustavo Borges: 'Não guardo mágoas do Vasco'

Os clubes cujo carro-chefe é o futebol estão investindo cada vez menos em outras modalidades. É sintomático o fato de que os clubes que mais aplicam verbas em outros esportes sequer têm futebol. É o caso do Pinheiros, em São Paulo, e do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte.

— Atletas do Pinheiros ganharam no Pan-Americano de Santo Domingo três medalhas de ouro, sete de prata e quatro de bronze. Mais de 200 atletas recebem ajuda de custo do clube da verba que vem da mensalidade do associado — disse o diretor de marketing do clube, Carlos Osso.

O nadador Gustavo Borges, maior medalhista brasileiro em Pan-Americanos, era atleta do Pinheiros desde 1989, quando resolveu transferir-se para o Vasco em 2001. Saiu de São Januário em 2002, e até hoje tem alguns salários para receber do clube.

— Não guardo mágoas do Vasco. Mas quando um clube de futebol entra em crise a prioridade é salvar o futebol — disse Borges, que voltou ao Pinheiros, que paga os salários em dia.

Os próprios clubes de futebol estão assumindo que o investimento em outras modalidades será quase nulo. É assim no Rio, mas também em São Paulo, como o próprio Gustavo Borges confirma:

— O São Paulo e o Corinthians têm um parque aquático razoáveis. Mas suas equipes de natação não têm uma continuidade em seu trabalho.

Os clubes de futebol muitas vezes não separam a verba do futebol da dos outros esportes. E mesmo quando têm a intenção de fazê-lo esbarram na falta de crédito na hora de obter patrocínio para outras modalidades. O governo federal, por sua vez, tem preferido investir em algumas confederações, através de patrocínios de suas estatais. O Comitê Olímpico Brasileiro, por sua vez, também investe o dinheiro da Lei Agnelo Piva nas confederações olímpicas, embora a lei não o obrigue a distribuir verbas apenas a estas entidades.

Fonte: O Globo