Estádio do Maracanã (1950-2010)

Site Oficial

O Maracanã era administrado pela SUDERJ - Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro, autarquia vinculada à Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer.

Fotos

Maracanã, 19/10/97 Torcida na partida Vasco 1 x Botafogo 0, em 19/10/1997 (JPEG, 39k)

Maracanã, 19/10/97 Torcida na partida Vasco 1 x Botafogo 0, em 19/10/1997 (JPEG, 30k)

Maracanã, vista aérea Vista aérea (JPEG, 30k)

Maracanã, vista panorâmica Vista panorâmica (JPEG, 17k)

Miguel Feldman Os arquitetos Miguel Feldman e Antônio D. Carneiro diante da maquete do Maracanã, em 16/6/1949 (JPEG, 36k), foto da coleção de Branca Feldman

A Construção

Este histórico estádio, conhecido pelo nome do pequeno rio que corre em frente e que também dá nome ao bairro de sua localização, foi construído para sediar a Copa do Mundo de 1950.

Em 1947 a prefeitura do Rio de Janeiro abriu concorrência pública para o projeto arquitetônico do estádio. O projeto vencedor foi de autoria da equipe de arquitetos formada por Waldir Ramos, Raphael Galvão, Miguel Feldman, Oscar Valdetaro, Orlando Azevedo, Pedro Paulo Bernardes Bastos e Antônio Dias Carneiro.

A sua construção teve início dia 2 de agosto de 1948, na administração do prefeito Ângelo Mendes de Morais. Trabalharam na obra gigantesca 1.500 homens, e nos meses finais este número elevou-se para 3.500. O engenheiro que iniciou os trabalhos foi o Dr. Paulo Pinheiro Guedes.

A Copa do Mundo de 1950 foi realizada com as obras ainda inconcluídas. A rigor, estas só terminaram em 1965.

O estádio pertencia ao município do Rio de Janeiro. O projeto que transitou na Câmara de Vereadores para a sua construção foi de autoria de Ary Barroso, famoso compositor e locutor esportivo, que era vereador naquela época. Para sua administração, foi criada a Administração dos Estádios do Maracanã, que depois passou a se chamar Administração dos Estádios da Guanabara (ADEG) e depois Superintendencia dos Estádios do Rio de Janeiro (SUDERJ).

A Arquitetura

O formato do estádio era oval, medindo 317 metros no eixo maior e 279 metros no menor. Sua altura máxima era de 32 metros. A distância entre o centro do campo e o espectador mais afastado era de 126 metros.

O gramado tinha 110 metros de comprimento por 75 de largura. Era circundado por um fosso de 3 metros de largura e profundidade, com bordas em desnível. O acesso ao gramado era feito por intermédio de 4 túneis subterrâneos.

A parte destinada ao público era, originalmente, constituída por três lances: a geral, que costumava acomodar até 30 mil espectadores de pé; o segundo lance, com 30 mil cadeiras e 300 camarotes com 5 lugares cada; no terceiro, situado sobre as cadeiras, ficam as arquibancadas, originalmente com capacidade para 100 mil espectadores sentados. Na parte central do eixo menor, lado da sombra, ficavam a Tribuna de Imprensa, a Tribuna Desportiva e as Cadeiras Especiais, incluindo as Cadeiras Perpétuas. Logo abaixo destas estavam as cabines refrigeradas de emissoras de rádio e televisão.

O estádio era dotado de uma marquise que cobria parcialmente as arquibancadas em toda a sua circunferência. Refletores a vapor de mercúrio estavam instalados sobre a marquise, ao longo das duas laterais do campo.

A altura do estádio correspondia ao de um edifício de seis andares. O acesso do público às arquibancadas se dava por duas gigantescas rampas nas extremidades opostas do eixo menor do estádio. Cada rampa se desdobrava em duas, desembocando nos anéis que circundavam as arquibancadas na altura do terceiro e do sexto andar. Podia-se chegar às Cadeiras Especiais e Tribunas pelos elevadores. A área circundante ao estádio abrigava o Ginásio Gilberto Cardoso (o "Maracanãzinho"), o Estádio de Atletismo Célio de Barros, o Estádio Aquatico Júlio Delamare e um estacionamento, além de um pequeno museu do futebol sob uma das rampas de acesso, em frente ao hall dos elevadores.

A Inauguração

A partida inaugural ocorreu em 16 de junho de 1950, com portões abertos. Houve inúmeras solenidades, com a presença das maiores autoridades do país e diversas bandas militares tocando em várias de suas dependências.

Após o encerramento dessas solenidades, entraram em campo as seleções de novos do Rio e de São Paulo. Vitória dos paulistas por 3 a 1, com Didi marcando o primeiro gol da história do estádio para os cariocas, aos 10 minutos do primeiro tempo. A seguir, Augusto empatou ainda no primeiro tempo. Na fase final, Ponce de León e novamente Augusto consolidaram a vitoria paulista.

Paulistas: Oswaldo Topete; Homero e Dema; Djalma Santos, Brandãozinho e Alfredo; Renato, Rubens (Luizinho), Augusto, Ponce de León (Carbone) e Brandãozinho II (Leopoldo).

Cariocas: Ernâni (Luiz Borracha), Laerte e Wilson; Mirim, Irani e Sula; Aloísio (Alcino), Didi (Ipojucan), Silas (Dimas), Carlyle (Simões) e Esquerdinha (Moacir Bueno).

A Reforma para o Mundial de Clubes FIFA de 2000

Com as reformas feitas para o I Campeonato Mundial de Clubes da FIFA em janeiro de 2000, as arquibancadas foram divididas em cinco setores, assentos individuais foram colocados em todos os degraus e camarotes foram instalados nos lances superiores, diminuindo-se assim substancialmente a sua capacidade, porém dotando o estádio de mais conforto e segurança. Por causa dessas mudanças o estádio teve sua capacidade reduzida para 103.022 pessoas e deixou de ser o maior estádio do mundo.

A Reforma para os Jogos Pan-Americanos de 2007

Visando a realização dos XV Jogos Pan-Americanos de 2007, o Estádio Mário Filho passou por uma longa reforma, que acabou custando mais de R$195 milhões ao governo do Estado do Rio de Janeiro. A capacidade do estádio reformado, que por alguns anos vinha sendo limitada a no máximo 80 mil espectadores, passou a ser de 89 mil.

Todos os setores do estádio foram afetados por essa reforma, a começar pela grama, toda replantada. O gramado foi rebaixado em um metro e meio e a antiga Geral deixou de existir. No seu lugar, foram instaladas cadeiras, extendendo o setor que anteriormente se limitava ao espaço coberto debaixo das arquibancadas. Estas continuam a ser ocupadas por cadeiras na sua totalidade, organizadas por setores, cada um dotado de seus respectivos bares e banheiros, totalmente remodelados. Os setores atrás dos gols tem preços populares, como compensação pela extinção da Geral. Os três placares eletrõnicos foram substituídos e dois telões foram instalados atrás das balizas. Ao término da reforma, as cabines de rádio terão sido modernizadas e seu número ampliado. Vestiários, banheiros e bares também foram modernizados.

Veja fotos da reforma de 2007 do Maracanã.

A Demolição

Quando o Brasil foi confirmado como sede da Copa do Mundo de 2014, foi decidido que o estádio do Maracanã seria demolido e um novo estádio seria construído no mesmo local. De acordo com o projeto, a capacidade seria de apenas 78 mil. Do estádio original restariam apenas as colunas de sustentação da marquise.

O término das obras foi marcado para 2013, a tempo para a realização da Copa das Confederações. No novo estádio serão realizadas as finais da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014.

O último jogo oficial no Maracanã antes do início dos trabalhos de demolição foi Flamengo 0x0 Santos, em 5 de setembro de 2010. A partida, válida pelo última rodada do primeiro turno do Campeonato Brasileiro, teve um público pagante de 34.897. No final do ano, já com as obras em andamento, ainda houve um torneio de times formados por jornalistas, cinegrafistas e equipes de redação da imprensa esportiva.

Os Recordes de Público

Jogos da Seleção Brasileira

Jogos entre Clubes

Hall da Fama

Em 16 de junho de 2000, dia em que o estádio completou meio século de existência, foi inaugurado o Hall da Fama do Maracanã.

Os dez maiores artilheiros dos 50 anos do estádio e mais 40 notáveis, eleitos por uma comissão de jornalistas esportivos, foram homenageados. Aqueles que puderam comparecer ao evento deixaram a impressão dos seus pés eternizadas no cimento, passando assim a fazer parte do estádio, digamos, concretamente.

Houve também uma homenagem especial a quatro personalidades: Pelé, Garrincha, Zagallo e João Havelange. Dentre os homenageados no hall, apenas este último não é ou não foi jogador de futebol.

Esta é a lista dos 50 ídolos da história do Maracanã:

Os dez maiores artilheiros:

Zico - Roberto Dinamite - Luisinho Lemos - Romário - Quarentinha - Valdo - Pinga - Garrincha - Dida - Bebeto.

Os 40 notáveis (ordem alfabética):

Ademir - Almir - Amarildo - Assis - Barbosa - Bellini - Carlos Alberto Torres - Castilho - Coutinho - Danilo - Dequinha - Didi - Dirceu Lopes - Djalma Santos - Edmundo - Falcão - Gérson - Gilmar - Ipojucan - Jair Rosa Pinto - Jairzinho - Joel - Julinho - Júnior - Manga - Nílton Santos - Orlando Peçanha - Paulo Cesar Caju - Pelé - Pepe - Renato Gaúcho - Rivelino - Rubens - Telê - Tostão - Vavá - Washington - Zagallo - Zito - Zizinho.

Seis craques estiveram nas duas listas e por isso abriram vagas no grupo dos notáveis. São eles: Zico, Roberto Dinamite, Romário, Garrincha, Dida e Bebeto.

A comissão de jornalistas esportivos que elegeu os principais nomes da história do Maracanã foi formada por Armando Nogueira, José Carlos Araújo, Luiz Mendes, Washington Rodrigues, Orlando Batista e Milton Neves. Como sempre acontece em listas de natureza subjetiva como esta, algumas indicações e omissões são bastante discutíveis. Quem quiser reclamar, por favor dirija-se aos jornalistas citados, e não ao webmaster deste site.

Em 2007, a craque Marta foi a primeira mulher a deixar sua marca na Calçada da Fama, após a seleção feminina de futebol conquistar a medalha de ouro nos XV Jogos Pan-Americanos Rio 2007.

Fontes de Consulta


[Futebol Carioca] [Futebol Brasileiro]
Atualizado em 22/abr/2013.
Sugestões e correções são apreciadas.

Mauro Prais
Email: mauro.prais@ieee.org

Aviso importante: Este site não é oficial. Eu não represento a administração do Estádio; não tenho contato com ninguém de lá; nem conheço dirigentes esportivos, jogadores ou técnicos.